segunda-feira, 12 de julho de 2010
Periodo de Afélio
segunda-feira, 5 de julho de 2010
Medo...
Sou só resultado da sorte, nem o que faço, nem quem eu sou, pertence aos meus méritos. Isso, aliás, justifica a humildade, por falta de opção: afinal sou um incapaz de perceber a realidade e creio, atualmente, que toda experiência só serve para tomarmos conta de que devemos nos despreocupar com esse tipo de teorização. Isso não é base para defender a apatia, a depressão, mas sim para a paciência e a maturidade. Não sou adulto, mas quero ser. Conheço gente que não quer, tenho medo dessa gente estar correta e esse é o medo de sentir medo! Medo de estar errado quanto à necessidade de sentir medo e portanto desconfiar do futuro em potencial.
Não é um medo que sinto agora, agora sou seguro e isso é perigoso. Tão perigoso quanto aquele que é seguro em função do outro extremo, aquele que sente necessidade de sentir medo frequentemente e se rende a isso o tempo todo, aquele que magnifica os próprios problemas e sentimentos.
Tenho medo de cair tão forte do cavalo, que não ter como levantar mais. Tenho medo de envelhecer e não progredir amadurecendo. Tenho medo de não encontrar ninguém importante para mim e ser importante para essa pessoa também. Tenho medo de não acertar o curso certo para a faculdade. Tenho medo de não poder conversar com meu pai sempre que necessário. Tenho até medo de, na hora de dormir, ter tanto tempo ocioso, que dê margem a pensar em muitas coisas um pouco deprimentes que já aconteceram comigo.
Felizmente, nada disso tem a menor lógica!
É bem suportável ter confiança nas próprias capacidades, porém sinto esse receio de ter meu desempenho em qualquer setor afetado pela presença desses medos menores. No final eu continuo sendo calmo, como antes, mas tenho medo agora de quanto é necessário para me fazer estagnar novamente... do nível do medo mal-fundamentado que me desperte reações apáticas como as de ultimamente. O quão capaz sou de resistir aos pequenos medos?
quarta-feira, 30 de junho de 2010
Relato de uma fóbica social
terça-feira, 29 de junho de 2010
"É só brincadeira..."
segunda-feira, 7 de junho de 2010
Sobre Alberto Caeiro e sua filosofia não-filosófica...
Pouco me importa o que? Não sei: pouco me importa."
Como um carpinteiro nas tábuas!...
Que triste não saber florir!
Ter que pôr verso sobre verso, como quem constrói um muro
E ver se está bem, e tirar se não está!...
Quando a única casa artística é a Terra toda
Que varia e está sempre bem e é sempre a mesma."
Era brilhante como Fernando Pessoa evitava sua contradição, pois uma vez que Caeiro fosse tão prático, por que escreveria poemas e os mostraria a outras pessoas? Ele deveria ter somente uma única crença e guarda-la para suas próprias ações. Porém a justificativa fica na indignação despertada quando via seres-humanos centrados demais nas suas linhas hipotéticas artificiais em demasiado.
Também é com muito estilo que o poeta nos transmite sua passividade sobre as ideias, no caso o incômodo na presença de indivíduos pouco naturais:
"Acho tão natural que não se pense,
Que me ponho a rir às vezes, sozinho,
Não sei bem de quê, mas é de qualquer cousa
Que tem que ver com haver gente que pensa ...
Que pensará o meu muro da minha sombra?
Pergunto-me às vezes isto até dar por mim
A perguntar-me cousas. . .
E então desagrado-me, e incomodo-me
Como se desse por mim com um pé dormente. . ."
(mas também...)
"Penso nisto, não como quem pensa, mas como quem respira"
(Achei incrível, você não?)
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Apesar dessa postura tão definida, ele admite até algumas mudanças, alguns sentimentalismos de vez enquando. Afirma, Caeiro, que é natural do ser-humano se movimentar, sentir alguns pequenos exageros, porém são raros e devem ser levados como parte do fluxo de ocorrências espontâneas da nossa vida, e não como acontecimentos extraordinários, uma vez que essa interpretação é prejudicial a nossa conduta natural.
Ta aí:
"Nem sempre sou igual no que digo e escrevo.
Mudo, mas não mudo muito.
A cor das flores não é a mesma ao sol
De que quando uma nuvem passa
Ou quando entra a noite
E as flores são cor da sombra (...)
Reparem bem para mim:
Se estava virado para a direita,
Voltei-me agora para a esquerda,
Mas sou sempre eu, assente sobre os mesmos pés (...)"
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O heterônimo realmente muda, tanto muda que mesmo ele, o poeta sem extremos, se apaixonou por uma mulher e se sentiu todo estimulado e, logo, desequilibrado. Seria extremamente interessante se ele realmente tivesse existido, hehehe.
Vou colocar alguns trecho bem bonitos sobre o sentimentos, dos quais me identifico muito, aliás:
Antigamente acordava sem sensação nenhuma; acordava.
Tenho alegria e pena porque perco o que sonho
E posso estar na realidade onde está o que sonho.
Não sei o que hei de fazer das minhas sensações.
Não sei o que hei de ser comigo sozinho.
Quero que ela me diga qualquer cousa para eu acordar de novo."
(Sabe quando a gente lê algo e pensa: "SOU EU!!"? Então... rsrs)
"Amar é pensar.
E eu quase que me esqueço de sentir só de pensar nela. (...)
(...) Quando desejo encontrá-la
Quase que prefiro não a encontrar,
Para não ter que a deixar depois."
Embora esse comprometimento de sua indiferença, ele manteve-se forte nas opiniões:
"Tu não me tiraste a Natureza ...
Tu mudaste a Natureza ...
Trouxeste-me a Natureza para o pé de mim,
Por tu existires vejo-a melhor, mas a mesma,
Por tu me amares, amo-a do mesmo modo, mas mais,Por tu me escolheres para te ter e te amar,
Os meus olhos fitaram-na mais demoradamente
Sobre todas as cousas.
Não me arrependo do que fui outrora
Porque ainda o sou. "
quarta-feira, 19 de maio de 2010
Pra quê, Fernandinho...
Quero ser o teu amigo. Nem demais e nem de menos.
Nem tão longe e nem tão perto.
Na medida mais precisa que eu puder.
Mas amar-te sem medida e ficar na tua vida,
Da maneira mais discreta que eu souber.
Sem tirar-te a liberdade, sem jamais te sufocar.
Sem forçar tua vontade.
Sem falar, quando for hora de calar.
E sem calar, quando for hora de falar.
Nem ausente, nem presente por demais.
Simplesmente, calmamente, ser-te paz.
É bonito ser amigo, mas confesso é tão difícil aprender!
E por isso eu te suplico paciência.
Vou encher este teu rosto de lembranças,
Dá-me tempo, de acertar nossas distâncias..."
domingo, 2 de maio de 2010
Em Busca a um Respeito Igualitário
- Verdades "a posteori": É o conhecimento sintetizado a partir da experiência. Um exemplo clássico, e muito bobo, é o seguinte: "A casa é vermelha". Não se pode saber se a casa é vermelha de fato, a menos que tenhamos a experiência de vermos com nossos próprios olhos. Exemplo besta, né? Calma que vai parecer um pouco menos daqui a pouco.
- Verdades "a priori": É o conhecimento sintetizado e confirmado dentro do próprio enunciado. Exemplo para comparar com o anterior: "A casa vermelha é vermelha". Ou ainda "a casa vermelha é uma casa". Nesse caso podemos concluir que é uma afirmação verdadeira dentro da própria afirmação.
terça-feira, 9 de março de 2010
Sobre Alcool...
terça-feira, 19 de janeiro de 2010
A Crise (e eu...)
As crises servem como prova das nossas evoluções.
O que eu faço agora? Eu já estava cansado de uma vida sem rumo, agora ainda tenho que tomar sustos relacionados às poucas coisas que mais temo perder?
De acordo com um texto que lí do Einstein há meses, as crises são momentos especiais, nos quais somos forçados a tomar posições imediatas que nunca tivemos motivo para com. Concordei com o gênio e me dediquei a um perfeccionismo preparado para condenar a sí mesmo em qualquer erro e me preparar melhor para os momentos de crise, pois eu aceitei Einstein, mas o temi do fundo da minha alma: "Eu não consigo tomar essas posições imediatas!". A solução é um perfeccionismo que nada perdoa. Tenho que eliminar limitações fisiológicas inconvenientes, as emoções que atrapalham minha moral.
"Mal sentirei as crises com essa postura infalível!".
Eu não aguentei minha própria pressão e ainda me tornei um idealista dogmático.
Então, um tempo depois...
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"Tenho que viver da experiência, não posso ficar só na teoria".
Foi uma conclusão interessante e então me desarmei daquela postura radical e aceitei que eu, nem nenhum ser-humano, tem a capacidade de teorizar sobre tudo e ter suas expectativas totalmente correpondidas. Com essa nova postura descobri aos poucos que minha moral era muito questionável pelos seus exageros, pois meu fundamentalismo ético funcionava de maneira imutável, invariável às circunstâncias. Essa descoberta sobre minha própria limitação foi um alívio: "Só sei que nada sei". Quem diria que iríamos de Eintein a Platão, hehehe.
Apesar dessa conclusão, eu dou à arte da teoria o seu devido valor: Antes funcionava como instrumento exclusivo para se chegar a conclusões, agora funciona como o ponto de partida de qualquer aprendizado, que acontece de fato na experiência.
Esse blog nunca serviu para manifestações pessoais, mas
oãn è odot aid euq ues iap met mu CVA :(