segunda-feira, 12 de julho de 2010

Periodo de Afélio





  
   
   

O externo me iluminava, me arremessava contra os extremos
 E, ao mesmo tempo, me impedia de contatar meus motivos
 Porque enquanto saudável, não me dei ao luxo de compreender o acaso
 Certa hora a angústia deu as caras e percebi meu descaso 

 Contudo o tempo passa e me presenteia novamente com a escuridão
 Tão boa é a luz que até sua ausência nos liberta da ilusão
 E num fechar de olhos aquelas dúvidas eu reencontro
 Vou, portanto, recolhendo tudo que me fugiu, esse é meu retorno

 Não reclamo da luz, não tem porque viver sem
 Por isso busco pela penumbra, aonde sempre o equilíbrio me convém 
 Problema é quando os raios vêm muito fortes e passam a ofuscar
 Pois, às vezes, sem cerrar os olhos, não há como enxergar

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Medo...

   Falarei aqui para você do que eu eu tenho mais medo. O único medo que me é realmente relevante, pois os outros, por mais que terríveis, não seguem linha racional. Morro de medo de sentir medo. Nada me deixa mais sufocado que essa insegurança, porque no final, nenhum medo é medo feito esse, nenhum medo tem justificava bem definida como esse.

   Sou só resultado da sorte, nem o que faço, nem quem eu sou, pertence aos meus méritos. Isso, aliás, justifica a humildade, por falta de opção: afinal sou um incapaz de perceber a realidade e creio, atualmente, que toda experiência só serve para tomarmos conta de que devemos nos despreocupar com esse tipo de teorização. Isso não é base para defender a apatia, a depressão, mas sim para a paciência e a maturidade.              Não sou adulto, mas quero ser. Conheço gente que não quer, tenho medo dessa gente estar correta e esse é o medo de sentir medo! Medo de estar errado quanto à necessidade de sentir medo e portanto desconfiar do futuro em potencial.
   Não é um medo que sinto agora, agora sou seguro e isso é perigoso. Tão perigoso quanto aquele que é seguro em função do outro extremo, aquele que sente necessidade de sentir medo frequentemente e se rende a isso o tempo todo, aquele que magnifica os próprios problemas e sentimentos.

   Tenho medo de cair tão forte do cavalo, que não ter como levantar mais. Tenho medo de envelhecer e não progredir amadurecendo. Tenho medo de não encontrar ninguém importante para mim e ser importante para essa pessoa também. Tenho medo de não acertar o curso certo para a faculdade. Tenho medo de não poder conversar com meu pai sempre que necessário. Tenho até medo de, na hora de dormir, ter tanto tempo ocioso, que dê margem a pensar em muitas coisas um pouco deprimentes que já aconteceram comigo.

Felizmente, nada disso tem a menor lógica!
É bem suportável ter confiança nas próprias capacidades, porém sinto esse receio de ter meu desempenho em qualquer setor afetado pela presença desses medos menores. No final eu continuo sendo calmo, como antes, mas tenho medo agora de quanto é necessário para me fazer estagnar novamente... do nível do medo mal-fundamentado que me desperte reações apáticas como as de ultimamente. O quão capaz sou de resistir aos pequenos medos?

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Relato de uma fóbica social

Estava ela sentada num banco enquanto lia algo de maneira desinteressada. Revistas cheias de futilidades, mas ela nunca tinha deixado de admitir a si própria que precisava daquilo.
Porém naquele dia não estava focada, como alguém que se percebe tão irrelevante para o resto do meio que sente-se fora do próprio corpo e afinal, desde quando pessoas sem corpo precisam de maquiagem e tinturas pro cabelo?

Largou então a revista e foi andando pelo shopping, que a ignorava. Era recíproco, uma vez que ela andava como se nem mesmo sua consciência a acompanhasse. Não notava nem a si própria, quem dera o ambiente pelo qual vagava desnorteada.

Estava pronta para agir de alguma forma. Era a hora, tudo deixaria de ser abstrato e ela acordaria daquele transe que só não incomodava porque já não mais podia sentir qualquer coisa. Finalmente criou coragem para que toda a pressão se convertesse em estresse:

- Oi, tudo bem? Abordou ela uma colega da sua classe no colégio com quem nunca tinha trocado palavras.

terça-feira, 29 de junho de 2010

"É só brincadeira..."

Um rito ordinário e desgastante. O "é só brincadeira" está bem incorporado nos costumes gerais dos inseguros, e tanto é comúm, que é aceito com naturalidade por aqueles que o encaram.

Quando usado excessivamente, comprova não só a falta de perspectiva fixa, que é normal, mas também o insuficiência lógica na conduta de um indivíduo. Trata-se, em última análise, de uma ausência de força de vontade designada à realidade, uma fuga comprometedora do sentido das ações realizadas.

É importante ressaltar que o "é só brincadeira" não necessita ser dito para estar presente numa situação, afinal a mesma é justificada pela transmissão dos seus efeitos e não pelas próprias palavras.

O humor é muito aproveitável. Podemos dizer até que as situações mais agradáveis e valorosas do nosso dia-a-dia correspondem a fatos cercados de piadas. Entretanto o "é só brincadeira" acaba definindo com rigidez e descaso situações complexas, delicadas ou polêmicas e prejudica a relação locutor-receptor.

Não se sabe até em qual ponto podemos tentar desvincular da nossa cultura esse rito, que é causa de muito conflitos e malentendidos, porém, podemos concluir que seus meios são egoístas e pouco interessantes para a criação de meios socialmente abertos e saudáveis.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Sobre Alberto Caeiro e sua filosofia não-filosófica...

Realmente eu assassinei a proposta do blog agora: já é a segunda postagem sem nada de dissertativo e crítico. Esse é mais um texto vago, sem crítica ou análise, até porque não me vejo mais muito capaz de matematizar as ocorrências que se apresentam a mim. Leio meus textos anteriores e não concordo com a maioria deles!

Com isso só chego na conclusão que pensar demais limita, bom mesmo é aprender sentindo e fazendo, tomando as precauções básicas das quais sei que consigo desenvolver com naturalidade.

Para traduzir essa redenção da razão pura e absoluta às experiências sensíveis, vou conversar um pouco com Alberto Caeiro, um dos heterônimos do poeta Fernando Pessoa.

Caeiro vivia num ambiente rural e pouco se relacionava com valores possessivos, ou melhor, com quaisquer valores se não o valor de não ter valores. Sua única filosofia era a de rejeitar qualquer filosofia, admitindo portanto sua humanidade e nem por isso se entristecendo, pois nenhum extremo sentimental era aceito por ele.
Sua mensagem é simples e direta: "Não pense!"

"Pouco me importa.
Pouco me importa o que? Não sei: pouco me importa."

Pasme, esses dois versos tão indiferentes são um poema inteiro. O sujeito realmente não estava preocupado com nada se não viver desvinculado de atitudes românticas e radicais. Desejava simplesmente evitar essa ciência toda e tocar sua vida de "poeta da natureza".

Note que ele nem se considerava artista, pois também fugia de magnificações nas suas obras:

"E há poetas que são artistas
E trabalham nos seus versos
Como um carpinteiro nas tábuas!...

Que triste não saber florir!
Ter que pôr verso sobre verso, como quem constrói um muro
E ver se está bem, e tirar se não está!...
Quando a única casa artística é a Terra toda
Que varia e está sempre bem e é sempre a mesma."


Era brilhante como Fernando Pessoa evitava sua contradição, pois uma vez que Caeiro fosse tão prático, por que escreveria poemas e os mostraria a outras pessoas? Ele deveria ter somente uma única crença e guarda-la para suas próprias ações. Porém a justificativa fica na indignação despertada quando via seres-humanos centrados demais nas suas linhas hipotéticas artificiais em demasiado.

Também é com muito estilo que o poeta nos transmite sua passividade sobre as ideias, no caso o incômodo na presença de indivíduos pouco naturais:

"Acho tão natural que não se pense,

Que me ponho a rir às vezes, sozinho,

Não sei bem de quê, mas é de qualquer cousa

Que tem que ver com haver gente que pensa ...

Que pensará o meu muro da minha sombra?

Pergunto-me às vezes isto até dar por mim

A perguntar-me cousas. . .

E então desagrado-me, e incomodo-me

Como se desse por mim com um pé dormente. . ."

(mas também...)

"Penso nisto, não como quem pensa, mas como quem respira"

(Achei incrível, você não?)

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Apesar dessa postura tão definida, ele admite até algumas mudanças, alguns sentimentalismos de vez enquando. Afirma, Caeiro, que é natural do ser-humano se movimentar, sentir alguns pequenos exageros, porém são raros e devem ser levados como parte do fluxo de ocorrências espontâneas da nossa vida, e não como acontecimentos extraordinários, uma vez que essa interpretação é prejudicial a nossa conduta natural.

Ta aí:

"Nem sempre sou igual no que digo e escrevo.
Mudo, mas não mudo muito.
A cor das flores não é a mesma ao sol
De que quando uma nuvem passa
Ou quando entra a noite
E as flores são cor da sombra (...)

Reparem bem para mim:

Se estava virado para a direita,
Voltei-me agora para a esquerda,
Mas sou sempre eu, assente sobre os mesmos pés (...)"

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O heterônimo realmente muda, tanto muda que mesmo ele, o poeta sem extremos, se apaixonou por uma mulher e se sentiu todo estimulado e, logo, desequilibrado. Seria extremamente interessante se ele realmente tivesse existido, hehehe.

Vou colocar alguns trecho bem bonitos sobre o sentimentos, dos quais me identifico muito, aliás:

"Todos os dias agora acordo com alegria e pena.
Antigamente acordava sem sensação nenhuma; acordava.
Tenho alegria e pena porque perco o que sonho
E posso estar na realidade onde está o que sonho.
Não sei o que hei de fazer das minhas sensações.
Não sei o que hei de ser comigo sozinho.
Quero que ela me diga qualquer cousa para eu acordar de novo."

(Sabe quando a gente lê algo e pensa: "SOU EU!!"? Então... rsrs)

"Amar é pensar.

E eu quase que me esqueço de sentir só de pensar nela. (...)

(...) Quando desejo encontrá-la

Quase que prefiro não a encontrar,

Para não ter que a deixar depois."

Embora esse comprometimento de sua indiferença, ele manteve-se forte nas opiniões:

"Tu não me tiraste a Natureza ...

Tu mudaste a Natureza ...

Trouxeste-me a Natureza para o pé de mim,

Por tu existires vejo-a melhor, mas a mesma,

Por tu me amares, amo-a do mesmo modo, mas mais,
Por tu me escolheres para te ter e te amar,
Os meus olhos fitaram-na mais demoradamente
Sobre todas as cousas.
Não me arrependo do que fui outrora
Porque ainda o sou. "

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Paixão o desequilibrou, mas ele não se arrepende, nem do antes, nem do agora. Portanto nem sempre desequilibrio é ruim, desde que o administremos, não deixando-o evoluir para a falta de controle.
Sinceridade e naturalidade são essenciais para que esse amor torne-se algo saudável, independente da sua concretização.

(Opa, até consigo dissertar ainda ^^)

Espero que alguém goste do texto, até!














quarta-feira, 19 de maio de 2010

Pra quê, Fernandinho...

"Poema do amigo aprendiz
Quero ser o teu amigo. Nem demais e nem de menos.
Nem tão longe e nem tão perto.
Na medida mais precisa que eu puder.
Mas amar-te sem medida e ficar na tua vida,
Da maneira mais discreta que eu souber.
Sem tirar-te a liberdade, sem jamais te sufocar.
Sem forçar tua vontade.
Sem falar, quando for hora de calar.
E sem calar, quando for hora de falar.
Nem ausente, nem presente por demais.
Simplesmente, calmamente, ser-te paz.
É bonito ser amigo, mas confesso é tão difícil aprender!
E por isso eu te suplico paciência.
Vou encher este teu rosto de lembranças,
Dá-me tempo, de acertar nossas distâncias..."

A carência do ser-humano é algo que não se mede, às vezes!
Esse poema de Fernando Pessoa me fez pensar em como é bonito e sincero esse pedido de paciência e ao mesmo tempo como essa necessidade de cicatrizar-se no coração dos demais é egocêntrica. Isso é superficial ao ponto que deixa de ter a sinceridade inicial. Onde está a pureza num vínculo baseado em necessidade e intenção de auto-afirmar-se? Sou romântico o suficiente para querer um motivo mais nobre, mas já que não era o caso do nosso querido autor modernista, ele tinha que me deixar confuso e irritado com esses dois últimos versos...

Sobre o resto do poema, é difícil acrescentar qualquer coisa: parece que está tudo alí. A compreenção mútua é, aparentemente, a essencia de um laço ideal entre indivíduos e a presença disso é um dos únicos fatores puros e espontâneos dentro de um vínculo (o outro seria o humor).
É lindo como não depende de quem você é, mas de como você é: desde que haja 'realidade' nas demais pessoas, tais podem estabelecer proximidade e isso rende-nos aprendizado e diversão. O lindo não é estar certo de algo, ser absoluto, SER NÃO É NADA, pois não se pode ser seguro e expressar essa segunrança, porque, para mim, sempre soa falso! Experiência e autosuficiência não estão diretamente ligados, como pode parecer, uma vez que não se pode ter certeza nem da própria existência.


""O Sol não nascerá amanhã", não é menos absurdo, do ponto de vista lógico, do que dizer "O Sol nascerá amanhã""
(David Hume - Investigações sobre o Entendimento Humano)





Estranho querer mudar o foco do blog agora, mas fiquei com vontade de divagar e simplesmente expressar o que passava pela minha cabeça ^^



domingo, 2 de maio de 2010

Em Busca a um Respeito Igualitário

A maioria dos indivíduos têm uma noção de ética incluida entre seus valores e aplicada na suas respectivas posturas, por mais que todas sejam diferentes em determinados aspectos. Porém dificilmente encontramos pessoas que incorporam esta linha moral que é o igualitarismo.
Trata-se de uma admissão das limitações, um processo que desenvolve a humildade bem fundamentada, e não meramente uma condição para ter carisma e simpatia.

Para ser igualitário, é preciso reconhecer e apreciar todas as possíveis divergências alheias e não agir em função, exclusivamente das próprias. Necessário, portanto, ser um com a sociedade, aceitar a própria insegurança e respeitar, invariavelmente, os outros indivíduos e suas posições.

O grande problema do igualitarismo, é pregar iguais direitos de oportunidade e compreenção das diferenças e, ao mesmo tempo, criar uma enorme contradição: para essa sociedade equilibrada existir deve haver um consenso sobre o respeito mútuo das diferenças, o que seria, tecnicamente uma regra, uma crença a ser generalizada. Então encontramos nossa impossibilidade prática: como pode existir uma crença universal dentro da proposta de uma sociedade caracterizada pela aceitação das diferenças?

É só uma hipótese, não minha opinião definitiva, mas existe dentro da Filosofia uma classificação de "verdades", o que nos serviria de artifício para idealizar essa sociedade utópica:

  • Verdades "a posteori": É o conhecimento sintetizado a partir da experiência. Um exemplo clássico, e muito bobo, é o seguinte: "A casa é vermelha". Não se pode saber se a casa é vermelha de fato, a menos que tenhamos a experiência de vermos com nossos próprios olhos. Exemplo besta, né? Calma que vai parecer um pouco menos daqui a pouco.
Obs.: Dentro do Ceticismo, esse tipo de conhecimento é inconfiável, pois infere-se que os sentidos, os olhos no caso, podem nos enganar.
  • Verdades "a priori": É o conhecimento sintetizado e confirmado dentro do próprio enunciado. Exemplo para comparar com o anterior: "A casa vermelha é vermelha". Ou ainda "a casa vermelha é uma casa". Nesse caso podemos concluir que é uma afirmação verdadeira dentro da própria afirmação.
A esperança dessa hipótese, provavelmente simplista demais, é recorrer ao argumento de que esse respeito invariável é uma verdade "a priori". Temos, para isso, explorar o pensamento cético. Nessa corrente filósifica tem-se que toda forma de percepção é falha e nenhum conhecimento pode ser tido com necessariamente verdadeiro.

Para ficar mais palpável, vamos relacionar nossa temática com crenças da nossa vida: afinal, há alguma que sobreviva ao tempo? Já dizia Heráclito: "Nada é permanente, salvo a mudança". Pois bem, se nada permanece, quem somos nós para outorgarmos nossas posições pessoais?

O grande problema, como já dito, é haver um senso comúm no que diz respeito a esse idealismo cético.
Essa ideia para mim é completamente espontânea e percebo-a dentro do perfil de alguns outros indivíduos, portanto pode-se dizer que é algo aceitável e logicamente válido. Nessas condições, por que não atingimos estabilidade social, ao menos nesse sentido? Bom, caso toda população mundial se encontrasse em condições adequadas para usufruir das correntes filosóficas, tivesse acesso a uma educação de qualidade, em todos os níveis possíveis, ou ainda não estivesse com tempo de sobra incipiente para parar com o cotidiano automático, que tanto incita o preconceito, e pensar um pouco nesse tipo de conflito, quem sabe as coisas não seriam um pouco diferentes...














terça-feira, 9 de março de 2010

Sobre Alcool...

Algumas histórias e a perda da indecisão sobre o tema me incentivaram a falar sobre o alcool e sua relação com o ser-humano.

Não corresponde a um custo benefício positivo: ~uma a cada 10 pessoas (chutando alto) É ALCOOLATRA. Apesar de não conhecermos determinadas características fisiológicas do nosso organismo, não há pelo que arriscar numa porcentagem tão inconfiável.

Desenvolver daqui é difícil. Simplesmente partimos da ideia teórica de que não compensa enfrentar as possível consequências, sendo elas todas bem conhecidas por todos. (Até aqui - 09/03/10)

A partir daqui: 10/03/10
"Santa coincidência, Batman!"
Sim, Alfred... hoje tive a oportunidade de ouvir o emotivo e educativo depoimento de dois alcoolatras ao vivo. Eu estava incomodado em citar as consequências do alcool, pois são tão difundidas na TV Aberta que não serviriam como argumento suficiente para o emocional do leitor. Pois bem, então consegui ser testemunha de um excelente apelo por parte de pessoas que passaram por essa doença, que é a dependência química referente ao alcool, e isso os levou a uma série de problemas com os quais eles tem imensa dificuldade em lidar: que conveniente para o nosso assunto, não?

A História do nosso colega.

Vou citar somente a história de um deles, que aliás é a mais leve, porque o outro se envolveu com drogas pesadas e, sendo que o meu objetivo não é usar do terrorismo, vou evitar sair do tema.
...
Consumidor excessivo desde a adolescência. O que significa? Enquanto todos estavam no primeiro copo, ele estava no terceiro... O que? Mas... não... espera... SIM, MEU CARO! O desgraçado, entenda desprovido da Graça, mal se destacava com intensidade no começo e se tornor um escravo dessa droga.
Classe média: ganhava de 2000 a 3000 reais por mês e não deixava que nada sobrasse. O resultado foi o abandono da sua mulher, a perda do emprego, a dificuldade em andar, a aparência terrivelmente comprometida e por fim a perda da própria casa. Hoje vive com os pais, frequenta o AA (sim, ele quebrou a palavra de ouro do anonimato) e se sai bem na recuperação, porém ele mesmo afirmou que a quantidade de pessoas que insistem no tratamento são pouquíssimas.

Será que você se conhece por dentro?

Procuro não ser fatalista, mas já chegou a pensar que somos mais vítimas do meio, do que o meio é vítima de nós? Qual seria a porcentagem de influência sobre o que ocorre nas nossas vidas que pode ser atribuída a nós mesmos? 20%? Quem somos nós para prevermos se correspondemos biológicamente àquele 1 bilhão de pessoas que são alcoólatras assumidos?

...

Quer arriscar nos "~nove décimos" para fazer o social? Ao menos administre,
Não quero te ver sofrendo.




terça-feira, 19 de janeiro de 2010

A Crise (e eu...)


As crises servem como prova das nossas evoluções.

O que eu faço agora? Eu já estava cansado de uma vida sem rumo, agora ainda tenho que tomar sustos relacionados às poucas coisas que mais temo perder?

De acordo com um texto que lí do Einstein há meses, as crises são momentos especiais, nos quais somos forçados a tomar posições imediatas que nunca tivemos motivo para com. Concordei com o gênio e me dediquei a um perfeccionismo preparado para condenar a sí mesmo em qualquer erro e me preparar melhor para os momentos de crise, pois eu aceitei Einstein, mas o temi do fundo da minha alma: "Eu não consigo tomar essas posições imediatas!". A solução é um perfeccionismo que nada perdoa. Tenho que eliminar limitações fisiológicas inconvenientes, as emoções que atrapalham minha moral.
"Mal sentirei as crises com essa postura infalível!"
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Eu não aguentei minha própria pressão e ainda me tornei um idealista dogmático.
Então, um tempo depois...
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"Tenho que viver da experiência, não posso ficar só na teoria".

Foi uma conclusão interessante e então me desarmei daquela postura radical e aceitei que eu, nem nenhum ser-humano, tem a capacidade de teorizar sobre tudo e ter suas expectativas totalmente correpondidas. Com essa nova postura descobri aos poucos que minha moral era muito questionável pelos seus exageros, pois meu fundamentalismo ético funcionava de maneira imutável, invariável às circunstâncias. Essa descoberta sobre minha própria limitação foi um alívio: "Só sei que nada sei". Quem diria que iríamos de Eintein a Platão, hehehe.

Apesar dessa conclusão, eu dou à arte da teoria o seu devido valor: Antes funcionava como instrumento exclusivo para se chegar a conclusões, agora funciona como o ponto de partida de qualquer aprendizado, que acontece de fato na experiência.

Esse blog nunca serviu para manifestações pessoais, mas

oãn è odot aid euq ues iap met mu CVA :(