quinta-feira, 26 de maio de 2011

É "os livro" memo, véi...!!1

   Acabei de ler a polêmica cartilha do MEC que, por discorrer sobre a função social da língua e do preconceito linguístico, foi vítima de diversas críticas negativas por conta da desinformação de profissionais da área da educação e comunicação. O discurso mais frequente era o seguinte: "Nova cartilha do MEC ensina a falar errado!". Essa ideia, que carece de meticulosidade, foi reproduzida sucessivamente até que finalmente encontra-se na posição de mais um "dogma dos preguiçosos". Do outro lado, profissionais imersos em princípios desgastados ilustram o atraso dos donos da credibilidade brasileira e mais uma vez sofremos por pessimismo e falta de ousadia.
    Como pode tamanha aceitação de uma verdade sem nem um pouco de resistência? O poder de um diploma vale tanto?

enfim...
   
    A cartilha em questão não afirma, em momento algum, que há uma necessidade pelo fim da norma culta, mas sim demonstra o caráter inovador de seus autores ao abordar assuntos polêmicos de formas diferentes e não meramente promover o uso sistemático da linguagem como instrumento de ascensão social. É presente na proposta do MEC que crie-se uma nova forma de ensino, que de fato dialogue com a realidade do estudante. Afinal, já não tínhamos percebido, brasileiros, que a imposição de normas não é um caminho sustentável? É preciso justificar o padrão do ensino que se aplica, caso contrário as gerações seguintes prosseguirão neste eterno malentendido com o saber.

    Como resposta aos trechos isolados copiados em todas as reportagens sobre o assunto, colocarei outros, estes convenientemente esquecidos por tantos:

"A norma culta existe tanto na linguagem escrita como na linguagem oral, ou seja,
quando escrevemos um bilhete a um amigo, podemos ser informais, porém, quando escrevemos um requerimento, por exemplo, devemos ser formais, utilizando a norma culta. Algo semelhante ocorre quando falamos: conversar com uma autoridade exige uma fala
formal, enquanto é natural conversarmos com as pessoas de nossa família de maneira espontânea, informal"

"Por isso (preconceito), um falante deve dominar
as diversas variantes porque cada uma tem seu
lugar na comunicação cotidiana"

"O falante, portanto, tem de ser capaz de usar a variante adequada da língua para cada ocasião."

Nada a acrescentar.
Paz!
   

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Periodo de Afélio





  
   
   

O externo me iluminava, me arremessava contra os extremos
 E, ao mesmo tempo, me impedia de contatar meus motivos
 Porque enquanto saudável, não me dei ao luxo de compreender o acaso
 Certa hora a angústia deu as caras e percebi meu descaso 

 Contudo o tempo passa e me presenteia novamente com a escuridão
 Tão boa é a luz que até sua ausência nos liberta da ilusão
 E num fechar de olhos aquelas dúvidas eu reencontro
 Vou, portanto, recolhendo tudo que me fugiu, esse é meu retorno

 Não reclamo da luz, não tem porque viver sem
 Por isso busco pela penumbra, aonde sempre o equilíbrio me convém 
 Problema é quando os raios vêm muito fortes e passam a ofuscar
 Pois, às vezes, sem cerrar os olhos, não há como enxergar